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Meu filho é uma criança difícil


21 de junho de 2018

Por Katia Gisele Costa

Eu me lembro de minha filha ter feito uma birra aos três anos, no supermercado, porque queria uma daquelas bengalas com bala de goma dentro. Foi a primeira e a última vez que eu e meu marido passamos vergonha em público com uma filha nossa. A partir daquele dia, as negociações e combinados passaram a acontecer antes de irmos ao supermercado, e não lá dentro.

A capacidade de persuasão de uma criança em relação aos adultos é invejável. Uma criança habilidosa é capaz de fazer a mãe chorar, é capaz de agredir, morder, jogar-se no chão para conseguir o que quer. Quando o adulto perde o domínio da situação e começa a fazer as vontades da criança, apenas para fugir das chatices ou da vergonha causada pelas birras públicas, pronto! A criança está no comando e esta é a grande luta de pais e escola.

A frase comumente ouvida nas reuniões pedagógicas com pais de crianças de comportamento difícil é “-Será que meu filho precisa de um psicólogo?” Os pedagogos vão concordar comigo que nem sempre a necessidade é essa, é preciso saber diferenciar comportamento social de patologia.

Os pais das crianças difíceis precisam ter umas aulas com os professores para aprenderem a dizer frases curtas e simples como: “Agora CHEGA!” Ou ainda, “Eu já disse NÃO!” Esses chavões que, aliás, não são nada ofensivos, são utilizados nas escolas e costumam pôr fim nas desavenças, teimosias ou birras entre duas, quatro, ou vinte crianças em sala de aula que estão sob o domínio de um único adulto que tem autoridade sobre uma classe inteira.

O médico e autor do livro intitulado O Reizinho da Casa (Gustavo Teixeira, 2014) trata cientificamente de um assunto sério que é o Transtorno Desafiador Opositivo (TDO) que, muitas vezes, acaba sendo confundido com a famosa falta de limite. Segundo o autor, esse comportamento aparece cada vez mais frequente em crianças em idade escolar e pode ser definido como um padrão persistente de comportamento indesejável, desafiador ou desobediente, observado, na maioria dos casos, na relação entre a criança e um adulto que sinaliza posição de autoridade sobre ela (pais, tios, avós, professores).

Se a criança apresenta mau comportamento, grita, é agressiva, joga-se no chão, desconhece as regras coletivas, chora sem derramar uma única lágrima ou reage mal somente para conseguir o que quer, é possível que isso não seja um transtorno, mas, sim, falta de limite ou má educação, fruto de pais sem tempo para os combinados e, consequentemente, pais permissivos. As reclamações mais comuns entre os professores são que essas crianças não conseguem obedecer às regras de convivência social, não esperam a sua vez, não partilham objetos e espaços, gritam demais, brigam por qualquer motivo e têm dificuldade em pedir desculpas.

É verdade que, em alguns casos, a criança está passando por uma fase de turbulência emocional, uma separação, a chegada de um irmãozinho, uma perda, a mudança de casa. Esses são acontecimentos que podem mexer com o comportamento da criança que acaba não conseguindo expressar seus sentimentos e frustrações passando a reagir com pouca resiliência.

A família deve procurar e priorizar uma aliança com a escola para que nada passe desapercebido; afinal, a criança passa grande parte do tempo no ambiente escolar. Muitas vezes o comportamento opositivo é uma fase e, como toda fase, é passageira. Então, antes de lotarmos os consultórios de psicologia por aí, vamos fazer uma autoanálise como pais, uma espécie de diagnóstico familiar. Será que meu filho apresenta algum transtorno de comportamento ou minha família está precisando rever seus conceitos e suas condutas? Lembremo-nos: O que está ultrapassado é o autoritarismo e não a autoridade.

Katia Gisele Costa é Pedagoga pela Universidade Estadual de Ponta Grossa e Mestre em Educação pela Universidade do Minho (Portugal). É  Coordenadora Pedagógica – Educação Infantil no Colégio Pontagrossense SEPAM, de Ponta Grossa-PR.

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