24 de setembro de 2019
Há seis anos, quando saiu do Haiti e entrou clandestinamente no Brasil, Willian Guillaumette, hoje com 21 anos de idade, não imaginava morar em Ponta Grossa (PR) e ser aprovado em primeiro lugar no vestibular da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). O ingresso no curso de Matemática não seria possível sem a ajuda do Instituto João XXIII, que recebeu o jovem na cidade, e do Colégio Sepam, que lhe concedeu uma bolsa de estudos para o curso pré-vestibular.
“Eu fiquei muito feliz quando soube que passei no vestibular. Fiz quase quatro meses de cursinho e se não fosse essa possibilidade de estudos que me foi concedida eu não passaria tão rápido. Eu me esforcei bastante”, afirma Willian.
Professor e coordenador do Sepam Vestibulares, Yuri Sócrates Saleh Hichemeh diz que para a equipe do Sepam é uma satisfação receber estudantes de outros países. “A entrada de Willian no ensino superior é motivo de alegria para toda nossa equipe. Este fato mostra que a inclusão de pessoas como ele em nosso país pode se dar também por meio da educação”, observa o professor.
A trajetória de Willian até a chegada no Paraná não foi nada fácil. O grupo do qual ele fazia parte e tinha como destino a Guiana Francesa foi abandonado em Macapá (AP). A pedido do Ministério Público ele foi levado para uma organização católica macapaense, onde conheceu o padre Eusébio Rossa, que muito o auxiliou no Brasil.
Um ano depois, o padre foi transferido para Fortaleza (CE) e levou Willian junto consigo. Lá o jovem cursou o primeiro ano do Ensino Médio, seguindo então para Ponta Grossa, onde reside no Instituto João XXIII, entidade que acolhe jovens e adultos em situação de vulnerabilidade social. Parceiro do Sepam em diversas ações, o Instituto pleiteou atendimento especial para o jovem haitiano, tendo Willian correspondido plenamente com muita dedicação aos estudos.