13 de junho de 2018
Por Giselle Ghelen
Um número cada vez maior de famílias chega a esse impasse sobre a vida escolar de seus filhos, seja pela exigência do mercado de trabalho ou por outras necessidades cotidianas. O fato é que a escolha pelo período integral nem sempre é fácil e, algumas vezes, vem permeada de inseguranças, possivelmente, por se tratar de um segmento ainda pouco difundido no contexto brasileiro. Seja qual for o motivo dos pais, a escola está preparada para essa modalidade de ensino e, principalmente, para tranquilizar os pais sobre como o aluno será recebido diariamente na escola, explicando quais atividades serão desenvolvidas e como os professores irão propiciar momentos prazerosos de aprendizado.
É importante compreender a diferença entre ensino regular e período integral. No ensino regular o aluno permanece apenas um turno (manhã ou tarde) na escola e trabalha o currículo das disciplinas básicas: matemática, português, história, arte etc. No período integral, além dos conteúdos regulares, é oferecido a aluno uma série de atividades complementares, como prática esportiva, música, teatro e língua estrangeira. Tais atividades contribuem para o desenvolvimento intelectual e o social, além de despertar o interesse por outras áreas do conhecimento.
Ampliar as possibilidades de aprendizagem do aluno já é um ótimo motivo pelo qual muitos pais buscam a escola em período integral. Existem ainda outros pontos favoráveis, como: a orientação pedagógica nos estudos e tarefas, orientação nutricional, maior tempo de prática de esportes, promoção do lazer, da cultura e do uso da tecnologia. Ao investir adequadamente o tempo do aluno, o período integral ajuda no exercício da autonomia, além de oferecer inúmeras oportunidades de socialização e de aprendizado.
É comum o depoimento de mães que no início sentiam pena de deixar o(a) filho (a) em período integral na escola, mas que mudaram esse sentimento quando começaram a perceber os benefícios desse período na escola. Isto está diretamente ligado ao espaço que a escola oferece no contraturno, que precisa ser amplo, adequado e agradável. Destacam-se ainda os profissionais que fazem o acompanhamento desses alunos, os quais devem estar dispostos e atualizados para que consigam assessorar de forma proveitosa o aprendizado de cada um.
O período integral é uma modalidade muito discutida atualmente, em constante crescimento e previsto pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9394/96). Esta mesma lei valoriza tais experiências extracurriculares e a busca por uma formação integral que amplie a visão de mundo do aluno. Além disso, o ensino integral é uma tendência adotada na educação moderna, e já existe em muitos países de primeiro mundo considerados modelos de educação, como: Coreia do Sul, Finlândia, Estados Unidos, Japão, Suécia e Irlanda; sendo que em vários deles os alunos passam cerca de nove horas por dia na escola.
O período escolar integral deve ser ainda uma possibilidade de maior colaboração entre família e escola, afinal, são mais pessoas envolvidas na busca de uma educação de alta qualidade. Não se trata de abdicar de obrigações e nem de substituir responsáveis, e sim de somar esforços para uma maior efetividade educacional.
Gisele Gehlen é Pedagoga pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, Pós-Graduada em Psicopedagogia pelo Instituto de Estudos Avançados de Pós-Graduação (ESAP) e Coordenadora Pedagógica do Período Integral no Colégio Pontagrossense SEPAM, em Ponta Grossa-PR.